quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Uma Ode ao Ordinário





Do alto dos meus 28 anos e de toda a minha extensa experiência de vida, me pego pensando a respeito daquilo que é ordinário.
Quando todas as pessoas buscam destacar-se, vivenciar situações peculiares, desenvolver características marcantes, personalidades singulares e definir-se como alguém extraordinário, me dou conta de que o ordinário me cai bem...
Na verdade, tudo o que eu mais queria era que um dia fosse exatamente igual ao outro, irmãos gêmeos, a própria encarnação da mesmice. Dias tão semelhantes que eu não pudesse distinguir um do outro.
Gostaria de reclamar da rotina, de como faço tudo sempre igual, passo nos mesmos lugares e falo com as mesmas pessoas, ou até como a mesma comida no mesmo lugar de sempre.
Queixar-me do quão repetitivo são os assuntos e as idéias, de como em nada há desafio ou angústia e me juntar ao coro daqueles cuja vida segue a mesma cadência por anos a fio, com direção e velocidade constantes rumo a um objetivo traçado e específico onde irá chegar inexoravelmente.
A esta altura, o leitor deve achar que tal texto se trata da mais estapafúrdia das idéias e o quão leviano seria este apelo ao Acaso. Contudo, insisto, que talvez me entendesse se pudesse vivenciar tais coisas como eu. Cujos dias não só, em nada se parecem, como nunca se conheceram nem apresentam qualquer semelhança entre si.
Pessoas e situações diversas e peculiares, tudo junto e ao mesmo tempo.
Pensando estratégias e abordagens variadas diante dos desafios que se apresentam a cada momento. Sem falar na correria...
Os lugares, o trânsito, o ônibus, o trabalho, os relacionamentos... Como fazer planos diante de tantas incógnitas?
Todo esse dinamismo cansa, esgota, exaure... Haja criatividade para dar conta de tantas criações.
Penso haver conforto naquilo que é o de sempre, que repete e que de tanto ser vivenciado se torna familiar, próprio e pertencente, quase um ritual.
Falar banalidades, e daquilo que é banal, remete a um espírito leve, trigueiro, sem exigências, quase liberto.
Comporta-se como alguém comum, indigno de nota, alguns diriam até reles sugere traço pueril, algo verdadeiro, sem preocupações com a auto-imagem ou o juízo de outrem.
Poder esperar algo que já é sabido e usual faz emergir um sentimento de familiaridade e costume, contar, acreditar e saber, quase como a fé... Ao ponto de enfastiar-se do quanto já esteve neste lugar ou situação.
Em Os Irmãos Karamazov, Dostoievski, inicia seu relato desculpando-se com o leitor, pelo fato do protagonista tratar-se de sujeito, medíocre, comum, ordinário. Ele então já percebera quanto há pra se falar daquilo que não é digno de nota.
Paraíso seria sem esforço nem vaidade, apenas por força do hábito, transformar em rotina, a verdadeira felicidade.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Fatos e Fotos

Pego-me hoje sentada em frente a caixa com várias fotos, datadas entre a década de 60 e a nossa década atual. Momento nostalgia? Talvez. Traço em minha mente todos os fatos vividos, até agora, e outros relatados refletidos nestas fotos e contemplo a beleza de uma vida que passou, mas que ainda  está por vir. Quantas pessoas passaram ao me redor, alumas permanecem e outras não mais. Quantos lugares visitados, alguns em que retornei e outros que não mais. Quantos "Eu te amo" ditos, alguns repetidos e recebidos, outros não mais. Quantas amizades estabelecidas, algumas com contato, outras não mais. Quanta saudade de pessoas, histórias, momentos, risadas que um dia presenciei e que, hoje, não mais. A cada fato e foto observo e percebo o quanto amei, fui e sou amada. E a grande garantia de saborear esse privilégio é sentir saudade. Porque esse sentimento, que só existe nesta língua portuguesa que aqui escrevo, é a palavra perfeita para descrever o amor sentido pelo que se foi.
Que possamos ainda sentir muita saudade! (T.L)
 


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Entre filhas, mães e avós



Quando criança, minha mãe tudo sabia, orientava e ensinava, punha limites e tudo podia.
Em sua onipotência, de várias ciências entendia, Letras, Administração, Medicina e até Psicologia.
Minha avó observava, tudo que a minha mãe fazia, como cuidava e alimentava, as brigas e os castigos do dia a dia.
Nesta época da juventude, minha mãe só tinha certezas e achava que minha avó só agia com moleza.
- Ah! mamãe, pra que tantos mimos?
Fazendo tanta vontade vai estragar esses meninos!
E eu que não era boba nem nada, ensejava a sinfonia:
-Eu queria que você fosse como a minha avó, boazinha!
Hoje, com vinte poucos, certezas tenho eu. E fico desfiando quantos erros a minha mãe cometeu.
Falo das modernidades de como tudo mudou, das verdades que acredito, nem sempre aquelas que me ensinou.
E desta vez, é ela que escuta, já mais experiente, e muitas vezes pondera com carinho envolvente:
- Que o caminho do meio é escolha conveniente!
Mas que equilíbrio que nada, quando quero viver de extremos: a alegria e a liberdade, o amor e a felicidade.
A minha avó, no entanto, já entende mais facilmente, que coisas de juventude, se vive e não se entende!
Acolhe as novas ideias com ar de empolgação, ouvindo as novidades sem nenhuma intervenção. Ás vezes exclama contente as maravilhas da evolução.
Quando questiono minha mãe sobre essas coisas de amor ela me responde enigmática, que só entenderei quando mãe, eu também for.
Ela no entanto, dirige olhares à minha avó, tentando perceber de onde vem a sintonia ao nosso redor.
Tão linda senhorinha responde de uma vez só:
Ah! Minha filha tem dó! Desse amor misterioso só saberá quando for avó!

Let the rocks roll




Poucas experiências lícitas são tão libertadoras, quanto vivenciar o Rock in roll!
E eu digo vivenciar, porquê Rock não se escuta se vivencia.
É algo catártico, liberador, transcedental...
Os acordes da guitarra, o baixo a bateria criam uma melodia que transborda, é quase um rugido que nasce no coração e explode na garganta.
Ok! Ok! Eu escuto outras músicas...
Curto um sambinha de raiz, MPB, Bossa, jazz e até um bolero (dependendo da bebida)... Mas nada se compara ao Rock!
Ele fala quando todas as palavras já se foram. É pura entrega!
O corpo e a mente são tomados, e então, não existe coreografia, não existe o outro e não existe o mundo só existe Você e o SOM.
O corpo se balança, os olhos se fecham e você espera... às vezes minutos infinitos de música para dizer apenas uma frase, capaz de definir toda uma existência: “E aonde está você agora, além de aqui dentro de mim?! (Vento no Litoral – Legião) ou “Let my people go!” (Metálica) ou “ I cant sleep here” (The Cramberries) “ Who wants to live for ever?!” (Queen) e milhões de outras frases e canções inesquecíveis e atemporais!
É como se aquele compositor conseguisse colocar em palavras aquilo que você sentiu uma vida inteira e não sabia como descrever...
Cá pra nós, não há stress que resista ao rock. Quando se chega em casa, cansado e fulo da vida com o emprego ou algo que não vai bem, o rock age como um exorcismo!
É um ritual (de preferência solitário) em que você e o rock se enfrentam e se abraçam extravasando toda aquela tensão com movimento e com voz.
Pra quem acha que Deus escuta música gospel ou o Angelus no céu, está redondamente enganado, está aí Zeca Baleiro que não me deixa mentir: “O mercado tá de olho É no som que Deus criou, Com trombetas distorcidas, E harpas envenenadas, Mundo inteiro vai pirar, Com o heavy metal do Senhor...”
Quem nunca se emocionou com a introdução de uma música de rock, quando a guitarra chora, o baixo consola e a bateria incendeia? Não tem como ficar parado!
Não tem como dançar rock in roll, pois ele foi feito para ser pulado!
Não tem como cantar rock in roll, pois ele foi feito para ser gritado!
Não tem como escutar rock in roll , pois ele foi feito para ser vivenciado!
Por favor, deixem que as pedras rolem!!


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

TPM: Tudo Pode Mudar!


De tudo o que há de mais peculiar na Mulher sem dúvida a TPM é o que há de mais próprio desta criatura. Com tantas nuances e particularidades, verdade seja dita: mulher que nunca teve que atire a primeira pedra!
E não tem jeito, se você não é homossexual, e nem celibatário, terá que conviver com esses períodos... não há saída, mas pode haver diversão.
Essa história surgiu num almoço com as amigas, que lá pelas tantas, descambou com as histórias da TPM, em que eu mesma colaborei...
E é verdade, dá até pena de vocês! Nossos companheiros... que parecem não saber nem como respirar perto de nós nesse momento...
 Eis a conversa da TPM:
Ela: Tô Parecendo um Monstro!
Ele: Tá Parecendo Miss!
Ela: Tô Percebendo um Mal-estar.
Ele: Tá Passando Mal?
Ela: Tenta Parar de Me encher?
Ele: Tenha Paciência, Mô?!
Ela: Tantos Pensamentos, que Machuca.
Ele: Tem Pena de Mim.
Ela: Tô Preparando uma Macumba!
Ele: Ih! Tá Parecendo Maluca!
Ela: e você Té Parece  Mula!
Ele: Tem Pano pra  Manga!!
Ela: Tô Puta Mermo!
Ele: Tá é Precisando Meditar...
Ela: Tô Pensando em te Matar!
Ele: Tá é Pagando Mico!
Ela: Tá Pensando oquê, Meu?
Ele: Tudo Passa, Mô!
Ela: Tá, Poxa... Me desculpa!
Ela: Tem Problema não, Maluquinha...