Quando criança, minha mãe tudo sabia, orientava e
ensinava, punha limites e tudo podia.
Em sua onipotência, de várias ciências entendia, Letras,
Administração, Medicina e até Psicologia.
Minha avó observava, tudo que a minha mãe fazia, como
cuidava e alimentava, as brigas e os castigos do dia a dia.
Nesta época da juventude, minha mãe só tinha certezas e
achava que minha avó só agia com moleza.
- Ah! mamãe, pra que tantos mimos?
Fazendo tanta vontade vai estragar esses meninos!
E eu que não era boba nem nada, ensejava a sinfonia:
-Eu queria que você fosse como a minha avó, boazinha!
Hoje, com vinte poucos, certezas tenho eu. E fico
desfiando quantos erros a minha mãe cometeu.
Falo das modernidades de como tudo mudou, das verdades que
acredito, nem sempre aquelas que me ensinou.
E desta vez, é ela que escuta, já mais experiente, e
muitas vezes pondera com carinho envolvente:
- Que o caminho do meio é escolha conveniente!
Mas que equilíbrio que nada, quando quero viver de
extremos: a alegria e a liberdade, o amor e a felicidade.
A minha avó, no entanto, já entende mais facilmente, que
coisas de juventude, se vive e não se entende!
Acolhe as novas ideias com ar de empolgação, ouvindo as
novidades sem nenhuma intervenção. Ás vezes exclama contente as maravilhas da
evolução.
Quando questiono minha mãe sobre essas coisas de amor ela
me responde enigmática, que só entenderei quando mãe, eu também for.
Ela no entanto, dirige olhares à minha avó, tentando
perceber de onde vem a sintonia ao nosso redor.
Tão linda senhorinha responde de uma vez só:
Ah! Minha filha tem dó! Desse amor misterioso só saberá
quando for avó!
Nenhum comentário:
Postar um comentário